Quando estamos envolvidos em algum assunto ou atividade e temos relativo conhecimento a respeito, muitas vezes não percebemos que algumas informações óbvias para nós, são totalmente desconhecidas para outras pessoas, por isso, apresento um breve relato sobre uvas e vinhos.
Existem dois grupos de uvas bem
distintos, que são:
Vitis
Viníferas: são videiras
de origem europeia, em geral mais sensíveis a doenças e
que exigem maior controle e manejo do vinhedo. Somente os vinhos elaborados a
partir dessas uvas podem ser chamados de Vinhos “FINOS” de mesa. As mais conhecidas são: Cabernet Sauvignon, Merlot,
Syrah, Carmenere, Tannat, Malbec, Pinot Noir,
Chardonnay, Sauvignon Blanc, etc. Cada casta tem características
próprias que conferem aos vinhos aromas e sabores únicos.
Chardonnay |
Uvas
Americanas ou Vitis Labruscas: A denominação "uvas rústicas" ou "uvas comuns" é
utilizada no Brasil para todas as cultivares de uvas americanas (Vitis
labrusca e Vitis bourquina), e híbridas.
De maneira geral, estas videiras caracterizam-se por apresentar elevada
produtividade e alta resistência às doenças que atacam as cultivares de Vitis vinífera. São uvas
agradáveis ao paladar e por seu sabor e aroma são a preferência dos consumidores,
para consumo in natura e sucos. Com elas consegue-se produzir
apenas vinhos de mesa e SUCO DE UVA. As mais conhecidas são: Niágara,
Isabel, Bordô e outros cruzamentos da Embrapa tais como as IACs 132, 147 e
etc...
Lorena: uma das híbridas da Embrapa |
Vinho:
é o produto da fermentação alcoólica do mosto de uvas frescas. Não
existe outra bebida que se possa chamar de vinho senão esta, da fermentação de
uvas, de outras frutas não é vinho e sim “Fermentado de “tal” fruta”. Desde
1860 e, graças a Louis Pasteur, sabe-se que o vinho não é produto do acaso nem
uma dádiva dos deuses, mas que a fermentação é produzida por microrganismos. A
fermentação alcoólica natural ocorre quando as cascas de uvas maduras se
rompem, permitindo que as leveduras penetrem no fruto e desencadeiem o
processo.
A
LEI Nº 10.970, DE 12 DE NOVEMBRO DE 2004 instituiu as normativas para o uso de
termos pertinentes ao mundo vinícola. O artigo 8º classifica os vinhos conforme
segue:
a)
de mesa: é o vinho com teor alcoólico de 8,6% a 14% em volume, podendo conter
até uma atmosfera de pressão a 20ºC. Os
vinhos que trazem esta expressão no rótulo são elaborados com uvas do grupo das
uvas americanas e/ou híbridas.
b)
leve: é o vinho com teor alcoólico de 7% a 8,5% em volume, obtido
exclusivamente da fermentação dos açúcares naturais da uva, produzido durante a
safra nas zonas de produção, vedada sua elaboração a partir de vinho de mesa.
c)
fino: o vinho de teor alcoólico de 8,6%
a 14% em volume, elaborado mediante processos tecnológicos adequados que
assegurem a otimização de suas características sensoriais e exclusivamente de
variedades Vitis vinífera
d)
espumante: é o vinho cujo anidrido carbônico provém exclusivamente de uma
segunda fermentação alcoólica do vinho em garrafas (método Champenoise/tradicional)
ou em grandes recipientes (método Charmat), com uma pressão mínima de 4
atmosferas a 20ºC e com teor alcoólico de 10% a 13%. Moscatel Espumante é o
vinho cujo anidrido carbônico provém da fermentação em recipiente fechado, de
mosto ou de mosto conservado de uva
moscatel, com uma pressão mínima de 4 atmosferas a 20ºC, e com um teor
alcoólico de 7% a 10% em volume, e no
mínimo 20 gramas de açúcar residual.
e)
frisante: é o vinho com teor alcoólico de 7% a 14% em volume, e uma pressão
mínima de 1,1 a 2,0 atmosferas a 20ºC natural ou gaseificado.
f)
gaseificado: é o vinho resultante da introdução de anidrido carbônico puro, por
qualquer processo, devendo apresentar um teor alcoólico de 7% a 14% em volume, e uma pressão mínima de 2,1
a 3,9 atmosferas a 20ºC.
g)
licoroso: é o vinho com teor alcoólico ou adquirido de 14% a 18% em volume,
sendo permitido, na sua elaboração, o uso de álcool etílico potável de origem
agrícola, mosto concentrado, caramelo, mistela simples, açúcar e caramelo de
uva.
h)
composto: composto é a bebida com teor alcoólico de 14% a 20% em volume,
elaborado pela adição ao vinho de mesa de macerados ou concentrados de plantas
amargas ou aromáticas, substâncias de origem animal ou mineral, álcool etílico
potável de origem agrícola, açúcar, caramelo e mistela simples.
Quanto
à cor os vinhos podem ser:
a)
tinto;
b)
rosado, rosé ou clarete;
c)
branco;
E
quanto ao teor de açúcar os vinhos de mesa, leves, frisantes e finos se
classificam em:
a) Secos:
com até 4gl de açúcar por litro
b)
Meio secos: com teor superior a 4 e até
25 gl
c) Suave:
com teor superior a 25 e até 80gl
Para
espumantes tem-se a seguinte classificação:
a) Nature:
com até 3 gl de açúcar
b)
Extra-brut: com teor superior a 3 e até
8gl de açúcar
c)
Brut: com teor superior a 8 e até 15gl
d)
Seco: teor entre 15 e 20gl
e)
Demi-sec: teor superior a 20 e até 60gl
f) Doce:
teor superior a 60 gl
Para os interessados em aprofundar os conhecimentos sobre uvas e vinhos, nos endereços abaixo é possível encontrar informações:
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