segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Afinal, o que é um Vinho Reserva e um Vinho Reservado?

Esta é uma pergunta que frequentemente ouço de amigos e por isso, escrevo aqui um breve relato sobre a indagação.

Na Itália e na Espanha os termos são regulamentados por lei e para uma vinícola estampar os termos no rótulo precisa se enquadrar nas normas. No Piemonte (Itália) para um vinho levar no rótulo a palavra “riserva” é preciso que ele fique no mínimo 36 meses em barrica de carvalho e mais 2 anos em garrafa, antes de ir ao mercado. Na Toscana (também na Itália), os Chianti e os Brunello de Montalcino precisam passar 27 meses envelhecendo para levar o termo “riserva”.
Na Espanha os vinhos “crianza” precisam de no mínimo um ano de barrica e um ano de garrafa, já os “reserva” tintos precisam de 2 anos em barrica e um ano em garrafa, os “reserva” brancos e rosados precisam de no mínimo 2 anos de envelhecimento, sendo no mínimo 6 meses de barrica. E os “Gran Reserva” precisam de 5 anos de envelhecimento, sendo no mínimo 24 meses de barrica de carvalho. Ou seja, está devidamente regulamentado o uso dos termos.
Na América Latina não existe uma legislação que regulamente o uso dos termos Reserva e Reservado e, muitas vezes ela só serve para confundir o consumidor. Em alguns casos, os termos são utilizados nos vinhos mais correntes, vinhos simples.

No Brasil, há um consenso entre as vinícolas e os termos Reserva e Gran Reserva são sempre utilizados para produtos de qualidade superior, elaborados com as melhores uvas e que envelhecem algum tempo em barricas de carvalho.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Portugal III - Os monumentais Mosteiros

Portugal é um país repleto de patrimônio arquitetônico tombado pela Unesco, dentre eles estão os mosteiros.
Mosteiro de Alcobaça
O Mosteiro de Alcobaça ou Santa Maria estende sua longa fachada sobre um imenso canteiro, as vezes florido, na igreja estão sepultados Inês de Castro e Dom Pedro I, cujo amor lendário inspirou escritores portugueses. Inês de Castro era filha de D. Pedro Fernandes de Castro, mordomo-mor do rei D. Afonso XI de Castela, e de uma dama portuguesa, Aldonça Lourenço de Valadares. O seu pai, neto por via ilegítima de D. Sancho IV de Castela, era um dos fidalgos mais poderosos do reino de Castela. Quando do casamento do Infante Pedro I de Portugal, herdeiro do trono português, com D. Constança Manuel, filha de D. João Manuel de Castela, uma das aias de D. Constança, era Inês de Castro, por quem  D. Pedro viria a apaixonar-se. Este romance notório começou a ser comentado e mal aceito, tanto pela corte como pelo povo, e Inês foi enviada ao exílio. D. Constança morreu ao dar à luz o futuro rei, D. Fernando I. Viúvo, D. Pedro I, contra a vontade de seu pai, mandou Inês regressar do exílio e os dois passaram a viver juntos, o que provocou grande escândalo na corte, e deu início a uma desavença entre o Rei e o Infante. O Mosteiro tem este nome, pois atrás do grande adro, há duas pontes que atravessam os rios Alcoa e Baça.
Castelo de Almourol
O Castelo de Almourol localiza-se na Freguesia de Praia do Ribatejo, Concelho de Vila Nova da Barquinha, Distrito de Santarém, em Portugal. Erguido num afloramento de granito a 18 m acima do nível das águas, numa pequena ilha, no médio curso do rio Tejo, um pouco abaixo da sua confluência com o rio Zêzere,. Constitui um dos exemplos mais representativos da arquitetura militar da época templária, evocando simultaneamente os primórdios do reino de Portugal e a Ordem dos Templários, associação que lhe reforça a aura de mistério e romantismo. Com a extinção da Ordem do Templo o castelo de Almourol passa a integrar o patrimônio da Ordem de Cristo (que foi a sucessora em Portugal da Ordem dos Templários).
Janela Manoelina
O Convento de Cristo constitui um dos maiores monumentos portugueses. Imponente sobre o monte da cidade de Tomar, foi palco de diferentes períodos da história. por ali passaram grandes personagens como o mestre templário Gualdin Pais, seu fundador, e o Infante D. Henrique, administrador da Ordem de Cristo. As maiores modificações aconteceram no reinado de D. João III (1521-1557). Arquitetos como João de Castilho e Diogo de Arruda procuraram exprimir o poder da Ordem construindo a igreja e os claustros com ricos floreados manuelinos que atingiram o máximo esplendor na janela da fachada ocidental.
Grande claustro do Convento de Cristo
O Convento também foi palco da coroação de Filipe II da Espanha como Rei de Portugal. Compêndio de arte e história, o Convento de Cristo e toda a área adjacente constitui um polo privilegiado da história mítica de Portugal. Implantado praticamente no centro geográfico de Portugal, sempre teve relação com a Ordem de Cristo e o papel por ela desempenhado nos destinos do reino. O local também engloba os mistérios templários, rosa-crucianos e neo-templários. O ambiente é cheio de mistérios e registros simbólicos que inspiraram o romance de Umberto Eco "O Pêndulo de Foucauld".Sem dúvida vale a visita.